quarta-feira, 11 de setembro de 2013

HIPOTIREOIDISMO – O MAL FUNCIONAMENTO DA TIREÓIDE


A tireóide é uma glândula que fica no pescoço, abaixo da laringe e acima das clavículas. Ela produz dois hormônios, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), que regulam o metabolismo do corpo (modo como o corpo usa e armazena energia). Ela regula a função de importantes órgãos como o coração, o cérebro, o fígado e os rins. 

Atua também no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, no peso, na memória, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, na concentração, no humor e no controle emocional.

A função da tiróide é controlada por uma outra glândula do cérebro, conhecida como a pituitária ou hipófise. A hipófise produz o hormônio estimulador da tireóide que é o TSH, que estimula a tireóide a produzir T3 e T4.

Quando a tireóide não funciona de maneira correta, ela pode liberar hormônios em quantidade insuficiente, causando o hipotireoidismo ou em excesso causando o hipertireoidismo. Nessas duas situações o volume da glândula pode aumentar o que é chamado de bócio.

O hipotireoidismo é o distúrbio mais comum da tireóide. Em cerca de 95% dos casos a causa é um problema na própria glândula e é chamado de hipotireoidismo primário.

Outras causas podem ser: alguns medicamentos, retirada cirúrgica da tireóide ou tratamento com iodo radioativo para destruir o tecido da tireóide e diminuição da produção do hormônio estimulante da tiróide(TSH), pela hipófise.
Algumas crianças podem nascer com hipotireoidismo. 

Para detectá-lo, é necessário realizar o chamado Teste do Pezinho, que deve ser feito, preferencialmente, entre o terceiro e quinto dia de vida do bebê.

A maioria dos sintomas de hipotireoidismo está relacionada ao retardo do metabolismo. Estes sintomas parecem imitar muitas das mudanças normais do envelhecimento.
Sintomas gerais - Fadiga, lentidão, ganho de peso e intolerância ao frio.           
Diminuição da memória, dores musculares e articulares, sonolência, aumento dos níveis de colesterol no sangue, depressão e rouquidão são também outros sintomas de hipotireoidismo.

Pele e anexos – Diminuição da transpiração. A pele pode tornar-se seca e grossa. O cabelo pode ficar grosso ou fino, as sobrancelhas podem desaparecer e as unhas podem se tornar quebradiças.

Olhos - Pode haver um leve inchaço ao redor dos olhos.
Sistema cardiovascular – Diminuição dos batimentos cardíacos e da função geral do coração que podem levar a fadiga e falta de ar com o exercício. Pode haver também elevação da pressão arterial.

Sistema respiratório – Diminuição da função pulmonar e fraqueza da musculatura respiratória podem levar a falta de ar, fadiga com exercícios e diminuição da capacidade de exercício. Pode causar também apnéia do sono.

Sistema gastrointestinal – Retardo do funcionamento do trato digestivo, causando prisão de ventre.

Sistema reprodutivo - Irregularidades no ciclo menstrual e com isso dificuldade para engravidar. As mulheres que engravidam têm um risco aumentado de aborto espontâneo no início da gestação.

Coma mixedematoso – Situações como trauma, infecção, exposição ao frio, e certos medicamentos podem provocar em pessoas com hipotireoidismo grave uma condição rara, mas potencialmente letal, chamada de coma mixedematoso, que leva a uma perda de consciência e queda da temperatura corporal.

Hipotireoidismo sem sintomas - Em alguns casos, o quadro é extremamente leve ou sem sintomas óbvios (chamado hipotireoidismo subclínico). A decisão de tratar o hipotireoidismo subclínico com o T4 é controversa.

Exames de sangue simples podem detectar o hipotireoidismo mesmo em um estágio inicial. O exame de sangue mais comum de hipotireoidismo é a dosagem de TSH, que é o teste mais sensível, pois pode estar elevado mesmo com pequenas diminuições na função da tireóide. 

Tiroxina (T4), o principal produto da glândula tireóide, também pode ser medido para confirmar e avaliar o grau de hipotireoidismo. 
O exame pode ser feito se a pessoa apresentar algum dos sintomas de hipotireoidismo ou como exame de rotina. 

O objetivo do tratamento para o hipotireoidismo é retornar os níveis sanguíneos de TSH e T4 ao normal e aliviar os sintomas. O tratamento para o hipotireoidismo é a terapia de reposição hormonal da tireóide que é oferecido através de uma forma oral de T4. 

Um exame de sangue é geralmente feito seis semanas depois para avaliar se há necessidade de ajuste, o que pode ser repetido várias vezes antes de se normalizar os níves hormonais. 

Após alcançar a dose ideal, testes de monitoramento de sangue podem ser feitos uma vez por ano ou mais frequentemente, se necessário. A maioria das pessoas necessita de tratamento por toda a vida, embora a dose de T4 possa necessitar de ajustes ao longo do tempo. 

Algumas situações especiais necessitam de ajustes da dose, como por exemplo envelhecimento, doenças cardíacas, gravidez e cirurgias. 
Na maioria dos casos, os sintomas do hipotireoidismo começam a melhorar dentro de duas semanas do início da terapia de reposição da tireóide. 

No entanto, as pessoas com sintomas mais severos podem exigir vários meses de tratamento antes de se recuperar totalmente.
 
Colaboração: Dra Karla Garcia Pereira Menezes (CRM 52-62623-6)

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